terça-feira, 26 de maio de 2020

CNN obtém acesso a contrato de primeira-dama do RJ com empresa de operador

O contrato firmado pela advogada Helena Witzel, primeira-dama do Rio de Janeiro, e a DPAD Serviços Diagnósticos, empresa de Alessandro Duarte, tinha duração de 36 meses e atuação de "consultoria jurídica", sem citar nenhum escopo específico de atuação. Duarte é acusado de ser operador financeiro do empresário Mário Peixoto, apontado por investigadores como envolvido em irregularidades em contratos com o governo fluminense.
O documento foi obtido pelo âncora da CNN Caio Junqueira e consta da decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou o cumprimento de mandados contra o governador Wilson Witzel (PSC) nesta terça-feira (26). Pela prestação do serviço, a esposa do governador receberia 36 parcelas mensais de R$ 15 mil, em um total, portanto, de R$ 540 mil.
A apuração da CNN indica que cerca de oito destas parcelas já teriam sido pagas, em soma de R$ 120 mil. O documento faz a ponderação de que a primeira-dama Helena Witzel não atuaria em prol da empresa em processos que envolvessem o governo do Rio de Janeiro.
Apesar disso, os investigadores não encontraram evidências de que o escritório da advogada tenha efetivamente prestado serviços. Por isso, a suspeita de que o contrato tenha sido firmado apenas para disfarçar o pagamento de propina. É vista semelhança entre os negócios de Helena Witzel com os da advogada Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), também investigada por contratos com empresários que mantém interesses junto ao governo.
A Operação Placebo é um desdobramento da Operação Favorito, que apura os negócios do estado do Rio com o empresário Mário Peixoto, considerado pela Polícia Federal o "favorito" para obter contratos públicos com o governo Witzel. O contrato com Helena Witzel foi encontrado em busca e apreensão na casa de Alessandro Duarte.
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Mais cedo, o governador Wilson Witzel afirmou que se considera vítima de "perseguição política". Witzel também viu relação com a operação contra si e as investigações que apuram possível interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal. O governador defendeu mais cedo a prisão do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República.
À noite, em entrevista exclusiva para a CNN, Witzel afirmou que os elementos usados pela Justiça para a operação Placebo não são contemporâneos à investigação e têm como base "suposições". 
A decisão do ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que serviu para embasar a operação, fala em "indícios de participação ativa do governador do Rio quanto ao conhecimento e ao comando das contratações realizadas com as empresas hora investigadas, mesmo sem ter assinado diretamente os documentos".
Em nota, a advogada Helena Witzel afirma que "a diligência nada encontrou que pudesse comprovar alegações de seus requerentes", que prestou serviços de assessoria jurídica para a empresa citada, recebendo honorários e emitindo notas fiscais e também acusa "indisfarçada motivação política".
Ela também cita a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), parlamentar próxima ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que afirmou em entrevista na segunda-feira (25) que a Polícia Federal realizaria operações contra governadores. À CNN, a deputada afirmou que não obteve informações privilegiadas e que apenas "seguiu uma linha de raciocínio".
Áudio
A CNN também obteve áudio de uma conversa entre um homem chamado Luís Roberto, também alvo da Operação Favorito, em que este conversa com um amigo. Na conversa, o investigado faz referências a Mário Peixoto, afirmando que o empresário acertou a revogação da desqualificação da empresa Unir Saúde em editais do Rio de Janeiro.
"Te falaram que vão revogar aquela decisão?", pergunta. "Diz o Mário que foi ele que acertou junto com o governador, mas não publicou ainda. Eu estava comprando isso de um outro cara", responde o interlocutor, em trecho do diálogo.
Ser "desqualificada" significava que uma empresa não poderia ser contratada pelo estado. De acordo com a apuração, uma decisão do governador Wilson Witzel (PSC) de fato permitiu que essa contratação pudesse voltar a ser feita. A requalificação feita por Witzel contrariou dois pareceres internos do próprio governo para que essa organização social fosse reabilitada.
Íntegra da nota da advogada Helena Witzel:
"Sobre a ação de busca e apreensão realizada no escritório e em sua atual residência, a advogada Helena Witzel esclarece que:
1 - A diligência nada encontrou que pudesse comprovar alegações de seus requererentes.
2 - A HW Assessoria Jurídica prestou serviços para a empresa apontada pelo MPF, tendo recebido honorários, emitido nota fiscal e declarado regularmente os valores na declaração de imposto de renda do escritório.
3 - A advogada Helena Witzel reitera seu respeito às instituições, mas lamenta que a operação tenha sido imbuída de indisfarçada motivação política, sendo sintomático, a esse respeito, que a ação foi antecipada na véspera por deputada federal aliada do presidente Jair Bolsonaro."FONTECNNBRASIL

terça-feira, 10 de março de 2020

Coronavírus: número de casos confirmados sobe para 34 no Brasil



O número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) subiu para 34 no país, com nove novos pacientes infectados em relação a ontem (9). O boletim foi divulgado pelo Ministério da Saúde hoje (10), em Brasília. A contaminação voltou a subir após ter ficado estável entre domingo e segunda.
Além dos pacientes confirmados, foram registrados ainda 893 casos suspeitos, uma redução em relação a ontem, quando o Ministério da Saúde contabilizou 930 pessoas nessa situação. Já os pacientes com infecção descartada pelas autoridades de saúde ficaram em 780.
São Paulo segue liderando, com 19 casos. Além dos episódios no estado, foram identificados oito no Rio de Janeiro, dois na Bahia, um no Espírito Santo, um no Distrito Federal, um em Minas Gerais, um em Alagoas e um no Rio Grande do Sul.
Já no tocante aos casos suspeitos, São Paulo também está a frente (302), seguido de Minas Gerais (122) e do Rio de Janeiro (119), Rio Grande do Sul (70) e Distrito Federal (59). No recorte por região, o Sudeste concentra o maior número de pacientes com suspeitas (544), seguido do Sul (145) e Nordeste (111).
Apenas três estados não possuem casos confirmados ou suspeitos: Roraima, Amapá e Tocantins. O Maranhão, que estava nesta condição até ontem, registrou dois casos suspeitos e dois pacientes com a infecção descartada.
Coronavírus no Distrito Federal
No Distrito Federal, a paciente infectada após uma viagem para o Reino Unido está internada no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Segundo a Secretaria de Saúde da capital, ela apresenta quadro grave e instável e teve piora desde ontem, com febre e síndrome respiratória aguda severa.
Além disso, o marido foi obrigado - após decisão judicial - a realizar teste para a doença e se manter isolado, o que conforme a Secretaria do DF foi cumprido. Ainda não há resposta sobre o resultado do exame.
Coronavírus no mundo
O Ministério da Saúde também divulgou a atualização dos casos em todo o mundo, considerando informações até ontem no fim da tarde. No total, foram mapeados 105,57 mil casos, além de 3,8 mil mortes. A taxa de letalidade, que estava em 3,39%, subiu para 3,48% em comparação com o balanço anterior, com contabilizações de domingo.
A China concentra o maior número de casos (80,9 mil), seguida da Coreia do Sul (7,38 mil), Itália (7,37 mil), Irã (6,5 mil) e França (1,1 mil). Já no tocante às taxas de letalidade, os Estados Unidos lideram (5,16%), seguidos da Itália (4,96%), China (3,86%) e Irã (2,95%).